sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Pelé e os seus 3.000.000€

Caso não tenham reparado, esta semana foi celebrado um acordo entre o Vitória Sport Club de Guimarães e o Internazionale di Milano, para a cedência definitiva dos direitos desportivos do atleta Pelé, jovem futebolista proveninente das camadas jovens do Vitória e Internacional sub-21 Tugamenistanês. Esta transferência é nada mais nada menos do que a segunda maior verba recebida pelo Vitória pela venda de um jogador, pertencendo o record a Pimenta Machado e a Vale e Azevedo, no negócio de Fernando Meira (4.000.000€), cuja legalidade ainda hoje é discutida nos tribunais.
Até aqui, nada de anormal, mas há um conjunto de circunstâncias que tornam este negócio verdadeiramente encantador. Senão vejamos:
  • Pelé, enquanto jogador do VSC, não soma um único minuto de jogo na Primeira Liga Tuga;
  • Na Segunda Liga, é convocado por 13 ocasiões, sendo que em nenhuma delas é titular;
  • Na edição passada da Taça de Portugal (Portugalska Pokal, em Polaco), entra uma vez como titular e o VSC perde o jogo, que era contra o Mafra, esse colosso do futebol mundial;
  • No campeonato do mundo de juniores, enverga a camisola das quinas fazendo um jogo memorável contra a Nova Zelândia, poderosíssima selecção de terceira ou quarta categoria, sendo que Mancini, treinador do Inter, fica encantado com o petiz;
  • Volta para Guimarães e para o seu Vitória. . . de imediato lhe é diagnosticada uma infecção nos testículos, sendo submetido a uma intervenção cirurgica à tomatada no Centro Hospitalar do Alto Ave;
  • Nao faz a pré-época do Vitoria, por ter estado ao Serviço da Selecção Nacional e nem convocado é para os jogos de arranque da Primeira Liga, contra o Setúbal e o Benfas;
  • Num negócio relâmpago, é mandado para Milão por 3.000.000 de aéreos, Mancini elogia as capacidades do jovem jogador, género pai babado que diz "o meu menino é o melhor";
  • Entra como titular no jogo particular com o Barcelona, sendo que ao intervalo o Inter já perdia por 3 a 0.
  • É mandado para o banco ao intervalo. No fim o Inter perde o jogo por 5 (!!) a 0.

Depois de enumerados os trâmites do acontecimento, facilmente se chega à conclusão de que o VSC é que fez um bom negócio, tendo vendido um jogador de banco que nem convocado era por uma soma que faz corar de vergonha qualquer bom samaritano. Resta acrescentar que tal jogador foi adquirido a custo zero, tendo antes sido dispensado dos juniores do Benfas.

No meio disto tudo, o Milo é que a soube toda. Força Milinho, rato como tu, com olho pó negócio, não deve haver por aí aos pontapés. A esta hora, o orelhas está-se a auto-fustigar por ver tanto carcanhol a ir parar ao cofre daqueles que ainda a semana passada estiveram quase a espetar meia dúzia de batatas ao seu multi-milionário Benfas, tudo à pala de um jogadorzito que foi recusado pelos vermelhos.

Enfim. . .

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