sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Pelé e os seus 3.000.000€

Caso não tenham reparado, esta semana foi celebrado um acordo entre o Vitória Sport Club de Guimarães e o Internazionale di Milano, para a cedência definitiva dos direitos desportivos do atleta Pelé, jovem futebolista proveninente das camadas jovens do Vitória e Internacional sub-21 Tugamenistanês. Esta transferência é nada mais nada menos do que a segunda maior verba recebida pelo Vitória pela venda de um jogador, pertencendo o record a Pimenta Machado e a Vale e Azevedo, no negócio de Fernando Meira (4.000.000€), cuja legalidade ainda hoje é discutida nos tribunais.
Até aqui, nada de anormal, mas há um conjunto de circunstâncias que tornam este negócio verdadeiramente encantador. Senão vejamos:
  • Pelé, enquanto jogador do VSC, não soma um único minuto de jogo na Primeira Liga Tuga;
  • Na Segunda Liga, é convocado por 13 ocasiões, sendo que em nenhuma delas é titular;
  • Na edição passada da Taça de Portugal (Portugalska Pokal, em Polaco), entra uma vez como titular e o VSC perde o jogo, que era contra o Mafra, esse colosso do futebol mundial;
  • No campeonato do mundo de juniores, enverga a camisola das quinas fazendo um jogo memorável contra a Nova Zelândia, poderosíssima selecção de terceira ou quarta categoria, sendo que Mancini, treinador do Inter, fica encantado com o petiz;
  • Volta para Guimarães e para o seu Vitória. . . de imediato lhe é diagnosticada uma infecção nos testículos, sendo submetido a uma intervenção cirurgica à tomatada no Centro Hospitalar do Alto Ave;
  • Nao faz a pré-época do Vitoria, por ter estado ao Serviço da Selecção Nacional e nem convocado é para os jogos de arranque da Primeira Liga, contra o Setúbal e o Benfas;
  • Num negócio relâmpago, é mandado para Milão por 3.000.000 de aéreos, Mancini elogia as capacidades do jovem jogador, género pai babado que diz "o meu menino é o melhor";
  • Entra como titular no jogo particular com o Barcelona, sendo que ao intervalo o Inter já perdia por 3 a 0.
  • É mandado para o banco ao intervalo. No fim o Inter perde o jogo por 5 (!!) a 0.

Depois de enumerados os trâmites do acontecimento, facilmente se chega à conclusão de que o VSC é que fez um bom negócio, tendo vendido um jogador de banco que nem convocado era por uma soma que faz corar de vergonha qualquer bom samaritano. Resta acrescentar que tal jogador foi adquirido a custo zero, tendo antes sido dispensado dos juniores do Benfas.

No meio disto tudo, o Milo é que a soube toda. Força Milinho, rato como tu, com olho pó negócio, não deve haver por aí aos pontapés. A esta hora, o orelhas está-se a auto-fustigar por ver tanto carcanhol a ir parar ao cofre daqueles que ainda a semana passada estiveram quase a espetar meia dúzia de batatas ao seu multi-milionário Benfas, tudo à pala de um jogadorzito que foi recusado pelos vermelhos.

Enfim. . .

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Os únicos. . .

Guimarães, cidade monumental, é palco de fenómenos não muito comuns em terras lusas. Não, não estou a falar em fenómenos género "Entroncamento", essa terra de autênticos fenómenos do paranormal, onde se avistam ovnis todos os dias e onde quase todos os dias se vêm homenzinhos verdes a passear de um lado para o outro. Não, não são extraterrestres, são mesmo militares!

Guimarães é cenário de um outro fenómeno: a união dos verdadeiros vimaranenses ao Vitória, fruto de um bairrismo quase levado ao extremo, mas que não deixa de ter a sua piada.
Os vitorianos vivem o dia-a-dia do clube de uma maneira muitíssimo singular. Para nós, o clube está acima de muitos aspectos da nossa vida. . . podemos até não ir de férias, ou não ter carcanhol para comprar qualquer coisa que necessitemos. . .desde que o clube não desca de divisão, está tudo bem.
O vitoriano discute todo e qualquer aspecto relativo à vida do clube, desde as contratações, até às decisões menos ortodoxas da direcção, passando pela qualidade do relvado, pela marca dos equipamentos (não queiram saber a celeuma que resultou do acordo com a Lacatoni, sediada em Braga), pelos desempenhos nos treinos, etc. . . Resumindo, não há qualquer aspecto da vida do clube que não passe pela boca dos sócios e toda e qualquer coisa "Top Secret" que se faça, é logo do conhecimento geral do universo vitoriano. O mais engraçado é que nestas coisas, toda a gente parece sempre saber mais detalhes do que a própria direcção do clube.
Ultimamente, a "clubite" destas gentes tem dado que falar. Há duas épocas atrás, o clube foi despromovido ao segundo escalão futeboleiro português, a muy honrosa Liga Vitalis. Nesta cidade, foi o desespero total. Viu-se de tudo, homens com barba viçosa a chorar, caras cabisbaixas por todo o lado. A cidade mergulhara num coma profundo durante um ano inteiro. Ao passear pelas velhas ruas da cidade, notava-se que faltava alguma da alegria que caracteriza as gentes cá do burgo. Os cumprimentos e saudações entre as pessoas eram mais discretos, era fácil ver alguém mal disposto ou com cara de frete. Quando se encetava uma conversa com alguém, era inevitável invocar o triste fado do Vitória, empurrado para a segunda liga por uma direcção de incompetentes, com uma equipa cara de mercenários que se estavam a borrifar para a camisola. Quando se festejava alguma coisa, um aniversário ou outra ocasião digna de registo, era frequente ouvir alguém perguntar-se como seria o festejo se o Vitória estivesse entre os grandes. Foi todo um ano de privações, de frustração imensa para o Vitoriano, que de um momento para o outro se via a ombrear com valorosas "squadras" como o Trofense, o Vizela e o Olivais e Moscavide.
Essa época passou, com dificuldades, mas passou. A meio da mesma tudo parecia irremediavelmente perdido. O VSC era 12º da liga, por alturas do Natal. Todos questionavam a contratação de um "suposto marroquino" para técnico do clube. . .uns diziam que não servia, outros questionavam a sua dedicãção pelo Vitória depois de ter passado oito anos a treinar o Braga, a besta negra! O que é facto é que, ao cabo de algumas jornadas, o homem conseguiu, por obra de algum milagre que desconheço, pôr o comboio nos eixos, tendo levado a equipa às costas até ao segundo lugar da liga, tendo assim acesso ao principal escalão da futebolada.
A partir daí, uma estranha euforia começou a percorrer as ruas desta cidade. O Vitória já era outra vez o maior e pouca gente se lembrava que ainda na época passada estávamos na segunda divisão. No espaço de três meses, o Vitória passou de clube condenado a clube a um passo do título. Quase toda a gente exige ao Vitória que se qualifique para as competições europeias, quase todos esperam que o Vitória seja o primeiro clube a vencer a Carlsberg Cup e muita gente ainda acredita que "é desta que o Vitória vai ser campeão!!!!"
No meu entender, um bocadinho de calma e paciência não faz mal a ninguém. Não podemos esquecer que subimos a custo, que temos uma equipa com relativamente pouca experiência na Bwin Liga, que os bons jogadores que agora dizem que temos, eram o ano passado o refugo da terceira e quarta divisões francesas. Independentemente disso, toda a gente parece acreditar que temos uma equipa do caraças. Eu prefiro acreditar que temos equipa para lutar por um lugar tranquilo na primeira metade da tabela, mas o resto do pessoal, pelos vistos é mais optimista do que eu. . .Eu, no meio desta gente toda que só vê o Vitória a "desbastar" por aí fora, devo parecer um autistazito qualquer, um acéfalo que não acredita que o Vitória vai à Uefa. Não é que eu não queira acreditar. O que eu não quero é bater com o cú duas vezes no mesmo chão. Não quero ser levado por emoções extremas, nem por entusiasmos desmedidos. Não quero caír violentamente como antes caí. A vida, ao longo destas 27 primaveras, demonstrou-me que não se pode acreditar demasiado nas coisas, pois aquilo que parece seguro e certo, de um momento para o outro desaparece, deixando dentro de nós um vazio estúpido que não sabemos como o iremos preencher. E isto que acabei de escrever não terá necessariamente a ver com o futebol. . . aplica-se em qualquer campo da nossa vida.
Calminha, muita calminha. . . o que interessa é ver a bola a rolar e poder desfrutar de uma época de bola (não é essencial, mas sabe bem!), num belo estádio, numa boa cadeirinha de plástico (que serve para atirar a àrbitros e fiscais de linha), com um amigo ou dois ao meu lado. O único senão é a cerveja sem alcoól.

De volta. . . com a caixinha das sugestões!

Uma semaninha depois, cá está o Zombeteiro de volta. Foi uma semana atribulada, esta. . .
Depois de uma vibrante festa de baptizado, foram necessários dias para recuperar a compustura e a auto-estima. Já se sabe também que uma semana de trabalho faz mossa, ainda por cima se seguida de um outro fim-de-semana de grande actividade etílica, com jogo do Vitoria e barril de Heineken à mistura. Uma coisa é certa, posso ter estado mais letárgico nestes ultimos dias, mas nem por isso menos atento.
Foram várias as efemérides que me chamaram a atenção. A seu tempo, irei postar aqui a minha visão crítica, o meu entendimento sobre esses acontecimentos que foram marcando estes meus dias. Eu sei que, na maior parte das vezes, aquilo que aqui descrevo poderá não ser relevante para mais ninguém, mas como disse no meu post inaugural, estou-me a cagar! O que interessa aqui não é aquilo que vocês querem ler, mas sim aquilo que eu acho merecedor de relato. Obviamente que, sendo Portugal um país de Pseudo-democratas, darei a oportunidade a todos os meus àvidos leitores de fazerem as suas sugestões e opinanços. Para o efeito, porei á disposião de vossas excelências a àrea de comentários deste mesmo post, para que todos possam livremente enviar-me as vossas sugestões para qualquer assunto que desejariam ver retratado, comentado ou zombado neste blog.
Despeço-me, para já, com amizade! Um bem-haja para todos vocês.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Ide em paz, e que o Senhor vos acompanhe!

Neste belo fim-de-semana estival, todo um acontecimento social marcou o meu dia de sábado. Foi o baptizado da menina Ana Francisca, filha de um casal de amigos, que me fez acordar das 3 horitas de sono que usufruí na manhã de sábado. Acordado em sobressalto por Mr. Scaramanga, logo corri para um duche rápido mas regenerador. Passados nem quinze minutos, estava já no velho Largo da Oliveira, em frente à nossa perpéua sé sem bispo, a Igreja da Nossa Senhora da Oliveira. A expectativa entre os convidados era grande, pois realmente não pudemos deixar de constatar que o templo terá sido escolhido a dedo pelos babados pais da menina. A Igreja é realmente das mais bonitas que eu conheço e consegue cativar qualquer visitante pela sua imponência perante o resto do Largo. Visitem, que eu aconselho. . .mas aviso-vos já, não queiram nada com o padre lá da zona!
Todos os convidados estavam já dentro da Igreja (todos menos o Toni, que chegou para a fotografia), incluíndo as jovens senhoras, que se apresentavam todas elegantíssimas, diga-se de passagem. Logo ao início do serviço religioso, ouve-se o inacreditável. O Senhor Padre que dirigiu a cerimónia deve estar mesmo habituado a mandar na casa dos outros, ou então anda revoltado com o veredicto do referendo ao aborto, pois notava-se uma crispação evidente em relação aos elementos do sexo feminino presentes naquela bela nave de igreja:
- "Antes de começar, quero aproveitar para me dirigir a certas senhoras aqui presentes, dizendo-lhes que não acho certas roupas apropriadas para uma ocasião destas. Estamos na casa do senhor, um local de oração!" - foram estas as palavras do padre, quando se apercebeu que as meninas estavam vestidas de acordo com a estação do ano, com belos vestidinhos de alças que não faziam mal a ninguém, bem pelo contrário.
A indignação foi geral. . . a mim, apateceu-me regurgitar a vodka que avidamente tinha ingerido poucas horas antes, tal o meu espanto e repúdio por tal atitude conservadoreca por parte de um Padre que concerteza, pelos seus laivos de secularismo, deveria gostar de ler a missa em latim, para que ninguém pusesse em causa as pataquadas que se dizem. A partir desse momento, toda a missa foi para mim um espectáculo a registar, sempre na esperança que algum momento mais caricato surgisse. Tal não aconteceu. De registar o momento em que a menina viu a sua pequena cabecinha regada com água-benta, em que o Padre pergunta "Renuncias a Satanás?". Estaria ele à espera que uma bebé de 4 meses lhe respondesse? Bem, em tal momento, olhei para Mr. Scaramanga e ambos abanamos a cabeça, em sinal de resposta negativa á inquirição do senhor Padre.
A Santa Sé pode mesmo estar orgulhosa deste Ministro do Senhor, pois certamente, com atitudes destas, serão muitos os jovens que se sentirão atraídos pelos caminhos de Jesus Cristo. Não posso deixar de questionar este género de intervenções, justamente num local e num tempo onde cada vez mais faltam fieís à Igreja, talvez um pouco devido a uma certa ortodoxia que me parece imperar, a uma falta de tolerância pelas novas ideias que norteiam o comportamento da juventude, que por mais que pareça, nem sempre é imoral, apenas espontâneo e fruto da evolução dos tempos, da perda de certos complexos e preconceitos. Já agora, senhor Padre, o senhor deve mesmo acreditar na pureza e na castidade de todas as noivas vestidas de branco que o senhor casa. Ou será que pura e simplesmente aquilo que o senhor pretende é continuar a influenciar falaciosamente a mente dos nossos jovens? Também considera um beijo impuro? Também é daqueles que acha que para combater um vírus, o melhor caminho é o da abstinência e não o da prevenção? Acredita na abstinência sexual? Acredita nos votos de pobreza e de castidade? Acredita o senhor Padre que os Homens e Mulheres da Igreja deveriam continuar a ver a sua sexualidade reprimida contra-natura? Acredita mesmo que um ser humano reprimido e recalcado pode dar algum exemplo a alguém? Parabéns pela sua crença sem limites! O senhor deve mesmo ser um homem de fé. . .
Daí em diante, o baptizado correu de feição. Na almoçarada, os convivas deleitaram-se com as iguarias apresentadas. Regozijei-me com a presença de uma bela cabeça de leitão à minha frente, momento que registei para a posteridade com a minha câmara fotográfica. Após o almoço, seguiram-se momentos animados de convívio, enquanto eu e o meu companheiro de borgas Toni Xavier dormiamos, deitados na relva, à sombra de um chaparro. O Padre ainda tinha mais um baptizado, um casório e um funeral para presidir.
Felicidades para ti, Francisquinha. Que a vida te dê muitas alegrias e que a tua existência seja povoada por toda a felicidade que conseguires atraír para o teu lado. Ainda bem que ainda não consegues entender aquilo que aquele gajo que te molhou a cabeça disse. Não gostes dele, pois foi ele que te pôs a chorar. Quando te lembrares desse senhor, olha para essa memória e recorda-te que não precisas de ser hipócrita como ele.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

É hoje. . . A Grandiosa Festa do Imigrante!

Quem frequenta o local, está mais do que habituado a este acontecimento. Todos os anos, numa qualquer noite de Agosto, dois tolinhos reúnem no El Rock Bar todo um imaginário à volta dos costumes e tradições do povo Tugamenistanês. Desde o "caurdo berde", até á bifaninha (é boa e barata), passando pela chouriça, pelas ameijoas à Bulhão Pato e terminando obviamente no polvinho com molho verde. Todas estas iguarias, desde que devidamente regadas com tintol e música popular alternativa, fazem desta noite um must-go para toda a geração de noctívagos e borguistas da cidade.
Após ter falado com a organização (Manel Aspinall, Ricardo Couto e Custódio Lobo, salvé!), foi-me dado a conhecer o facto de este ano estarem a ser preparadas diversas surpresas, desde o reportório dos artistas até ao jantar em jeito de pica-pica que vai ser servido aos convivas. Em suma, espera-se todo um arraial minhoto na Praça de Santiago.
Após uma breve entrevista à grande dupla de DJ'ing Mr. Scaramanga & Nik Nak, ficamos a saber que várias novidades serão introduzidas no que diz respeito ao set a ser apresentado hoje à noite. Depois do retumbante sucesso do ano passado e do fulgor da noite domingueira no Julio's Fest, esta dupla promete uma incursão profunda nos meandros da música popular alternativa ou heavy pimba, se preferirem. "As novidades serão muitas" - garantiu Nik Nak - "Posso afiançar que passei meses a recolher material para ser apresentado e posso mesmo garantir que muitas estreias irão ter lugar nesta noite. Eu e o Mr.Scaramanga iremos concerteza surpreender os presente com muitas novidades."
Quando confrontado com toda a questão da mística que envolve esta festa, Mr. Scaramanga escusou-se a tecer grandes considerações. No seu jeito muito próprio, lá foi dizendo que "esta festa é o que é. . .temos a obrigação de homenagear toda uma geração de portugueses que saíu deste país de mala de cartão e troxa às costas." Quando confrontado com a continuidade do evento, Mr. Scaramanga enalteceu a imortalidade da festa, comparando-a à perenidade da alma Lusa e do sentimento patriótico que nos une. "Tem que continuar! Nem que me foda todo! Se não formos nós, são outros!"
Perante tal demonstração de sabedoria, mesmo que empírica, senti-me reduzido a uma insignificãncia confrangedora. Não fui mais capaz de colocar uma questão que fosse a este gigante do saber, com medo de ser ridicularizado e existencialmente humilhado em plena praça pública. Decidi então voltar á conversa com Nik Nak, que já me olhava de soslaio, com uma certa desconfiança. Inquiri-o acerca do alinhamento para hoje e, surpreendentemente e de maneira bem-disposta, foi-me dito que "o mestre Leonel Nunes manterá a primazia entre os artistas que serão recordados hoje. Não podemos, contudo e de maneira alguma, esquecer nomes como o de Amadeu Mota, Erika, Joana, Manuel Brás e o Padre Motard. Não, o Padre Borga não. . .falo mesmo no Padre Motard, aquele que anda de bufona pelos caminhos da fé. . .".
Desta vez senti-me mesmo pequenino. . . aquele rapaz vestido de negro com cabelo acenourado reduzira a minha existência a pó, zombando das minhas capacidades intelectuais com uma facilidade tremenda e com metáforas inatingíveis ao comum dos mortais doutorados em ciências socias pela Universidade de Lusaka.
Espera-se portanto uma grande noite, hoje, no El Rock! Não faltem, pois vinho, comida e pimbalhada da grossa não irão faltar concerteza. Espera-se uma noite de devaneios etílicos e união com Baco. Nel Monteiro será o Guia Espiritual desta empreitada, onde iremos também contar com a inefável presença do grande jogador de Poker, soon to be champ, Ralf Kruckenhauser.
Logo, a partir das 20h00m, hora GMT Lisboa/Greenwich, no El Rock Bar, Praça de Santiago, mesmo juntinho às instalações daqueles onzeneiros que o Pimenta não deixava entrar no estádio.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Julio's Fest Pimba Extravaganza!

Ufa! Ainda estou cansado da noite de ontem. . . a terceira do Julio's Fest, lá encima, no muy afamado Palha D'Aço, na montanha da Penha, concelho de Guimarães, distrito de Braga, Minho, no Tugamenistão.
Deus me livre. . .é que só mesmo quem lá foi é que pode atestar a dureza da noite que lá se viveu. Tudo começou por volta das oito da noute, com a chegada ao local da grandiosa dupla de DJ's Mr. Scaramanga & Nik Nak, habituais companheiros de armas nestas aventuras e devaneios populares. Daí até a tenda estar armada, foi um instante. Não foi preciso mais do que seis ou sete feveras de porco, duas coxas de frango e uma salada para que as hostes ficassem animadas.
Durante toda a noite, assistiu-se a um interminável desfilar de êxitos avassaladores, que hipnotizaram completamente a assistência. Hits como "Pau da Roupa", "Mostra o letreiro rapaz" (Leonel Nunes), "Silicone", "Ela só tinha 15 anos", "Suzuki vermelha" (Amadeu Mota) e o inestimável e impagável "Puta Vida Merda Cagalhões" (Nel Monteiro), fizeram as delícias dos presentes, sendo que ao meio da noite já havia gente a dançar em cuecas encima das mesas.
Tanto Nik Nak como Mr. Scaramanga brindaram a assistência com exibições personalizadas, repletas de imaginação e criatividade, fazendo autênticos milagres no que concerne à mistura das faixas. Sempre com um todo um sentido de tempo e "beats", as malhas foram-se sucedendo e encaixavam umas nas outras sem que fosse preciso untá-las com vaselina. Um grande e merecido destaque para Mr. Scaramanga com "Onde estão teus olhos negros" (Duo Ouro Negro, R.I.P., Raúl Indipwo), assim como para Nik Nak com "Domingo á tarde" (Nelson Ned, aquele anãozinho que tem uma voz do caralho!). Estes dois temas marcaram a actuação destes dois prodígios da cidade-berço, não só pela mensagem e força que transmitem, mas também pelo facto de terem posto um bando de queimados e bêbados a cantar os hits dos tempos dos nossos pais. Simplesmente lindo, magnânimo, sublime, magnífico.
Esperamos pois pela próxima oportunidade de ver este duo ao vivo. Terá lugar na próxima quinta-feira, pelas 20 horas, no El Rock Bar, Praça de Santiago, Guimarães, a enésima edição da imperdível "Festa do Imigrante", com Mr. Scaramanga & Nik Nak no sonoro, e Custódio Lobo nas bifanas, na pinga e nas ameijoas à Bulhão Pato.
Compareçam. . . vão ver que se vão arrepender!

Operação "Ouvidos com cera" ou história de uma rusga. . .

Mais um fim de semana que se passou cá no Burgo, e mais um fim de semana com cenas dignas de um filme série B, de terceiro escalão. Este fim de semana, tudo aparentava correr com normalidade em Guimarães, no que concerne ao divertimento nocturno. Perspectivava-se um fim de semana em cheio para os noctívagos vimaranenses, pois as alternativas de divertimento eram bastantes e de qualidade apreciável. Enquanto uns preparavam os bonés para uma sessão de Hip Hop no Palha D'Aço, a piscina do Penha Club recebia mais uma edição da festa regular do El Rock Bar, com concertos de bandas "Heavy" locais e muita bejeca para toda a gente. Fui inclusivamente assediado por um elemento do sexo feminino que me confessou já estar de bikini e que seria a primeira a saltar para a piscina. Bem, o bikini não o vi, não sei se era bonito ou não, mas a julgar pela silhueta, acredito que fosse uma obra de arte.
Bem, mas não é para falar deste tipo de arte que estou a escrever esta prosápia toda. Aqui a arte é outra, e é escrita em pautas, com claves e tabelaturas à mistura. Aqui o assunto é a música, o som, as "malhas", o "musicol" ou se preferirem, a poluição sonora que impera nos bares e põe toda a gente a abanar a gadelha ou o nadegueiro.
Bem, na noite de sábado passado ocorreu uma efeméride que ameaçou pôr em causa toda uma cultura musical que se vive no Centro Histórico da nossa excelsa cidade. Estava eu descansadinho a fazer o meu "set" de Synth-Pop e Electro no Taskilhado quando sou alertado por uma funcionária do dito bar de qua andariam uns quantos melros da SPA a controlar a autenticidade dos discos que se ouviam nos bares. "Merda!", pensei eu, "Lá vou ter que arrumar o portátil e a mesa, senão ainda me ficam com esta merda toda." O meu dj set acabou ali, pedi mais um fino ao barman e decidi ir dar uma volta pela praça, tal era a minha curiosidade em identificar tão raros espécimens de portugueses, denominados de fiscais! Lá desci a praça e assentei arraiais em frente ao afamado El Rock Bar, clássico e obrigatório para quem gosta de sacudir os piolhos ao som de Metallica, Rage Against the Machine, Rammstein e coisas do género. Com o meu fininho na mão, olhei para a porta e vi um rapazote de gafas, vestido de amarelo, segurando uma pastinha preta (a das multas!) na mão. Dentro do balcão, lá estava um velhadas qualquer, que já tinha idade para ter juízo, a abrir os discos um a um, a ver se encontrava piratarias. O saldo teria sido francamente positivo para esses senhores, visto que abandonaram o bar com um saco do lixo cheio de caixas quadradas contendo cd's piratas. No bar ao lado, dizia os boateiros que se tinham confiscado igual quantidade de cd's e até mesmo o computador portátil do rapaz. "Do que eu me safei!", pensei de imediato. . .
Ao fim da noite, lá iam eles, dois velhotes da SPA, amigos do Rui Veloso e do Paco Bandeira, acompanhados de cinco ou seis agentes da Judite, carregando sacadas e sacadas cheias de cd's às costas. Os filhinhos deles devem estar a esfregar as mãos de contentes. Depois de tudo isto, subitamente, naquela noite, o centro histórico de Guimarães perdeu o pouco fulgor nocturno que ainda conservava. Os bares ficaram despidos das suas discografias, e no El Rock voltava-se a ouvir Guano Apes, cinco ou seis anos depois da última vez. . . Os senhores da SPA e da Judite desapareceram do mapa tão rapida e misteriosamente quanto apareceram. . .Mais uma investida à "Lone Ranger".
No meio disto tudo, há alguns factores que me inquietam. Será assim tão prioritário confiscar música aos bares? Onde foram parar os discos confiscados? Quem os vai guardar? O que lhes vai suceder? Serão eles queimados? Irão eles engrossar as discografias desses fiscais e dos seus filhos? Sinceramente não sei. O que eu sei é que toda esta questão de direitos de autor e SPA é tudo uma enorma fantochada. Todos os anos, os ditos bares pagam à SPA uma franquia de 600€ para poderem ter música. Para onde vai esse carcanhol? Para os artistas e bandas? Acham mesmo que sim? Desiludam-se, então, caros amigos. O argumento de que por cada cópia ou download,quem sofre é o artista, é dos mais falaciosos que há.
Quem verdadeiramente ganha pasta a sério com este negócio, são os intermediários, as editoras, as distribuidoras e os promotores de espetáculos. Os músicos, como são gajos porreiros, ficam a ver navios. . .Digo-o por experiência própria!
Tempos houve em que tive essa experiência. Durante bastante tempo, fui parte integrante de um projecto "Thrash Metal" sediado na Invicta. A banda até gozava de um relativo sucesso, tinham dado dezenas de concertos, havia já um primeiro album no mercado e o segundo estava na calha. Contrato discográfico também existia e registo na SPA não faltava. Estava tudo em ordem e as coisas pareciam que poderiam correr bem, até ao dia em que os discos começaram a vender. Posso-vos afirmar que da venda de discos, nunca vimos um tostão. Dos direitos de transmissão radiofónica, idem aspas. . . e acreditem que muitas vezinhas ouvi músicas nossas no Hipertensão. O único rendimento que tínhamos era proveniente dos concertos ao vivo e da venda de merchandising que tinhamos que ser nós a fazer, porque a editora "ó puta deita-te!".
Como vendemos cerca de 5.000 cópias no Tugamenistão e 4.000 no país dos samurais e kamikazes (esses compram e comem de tudo, acreditem, até Fonzie!!!), começamos a tentar imaginar o que acontecia à receita gerada, visto que nada vinha parar aos bolsos aqui dos meninos. Facilmente chegamos à conclusão que o pastel fica todo retido nos entretantos. Editores, distribuidores, revendedores e até mesmo os que fingem proteger-nos (SPA), mamam tudo, mamam tudo e não deixam nada. Quem cria e tem imaginação, bem se fode! Agora, se me falarem em Ruis Velosos, Pacos Bandeiras, Tims e Vitorinos, esses sim, vivem bem. Vivem à pàla de um organismo que os sustenta e que só os protege a eles, que editam um disco de merda dos Cabeças no Ar todos os natais. Música a martelo, digo eu!
É por estas e por outras que cada vez menos me apetece compar um cd por 20€. 20€! Será que eles são loucos ou nós é que somos tão miseráveis ao ponto de acharmos os discos caros? Alguém no seu perfeito juízo pagaria 20€ por um cd? Será que algum ber teria ali os disquinhos todos originais, á espera de levar com cerveja e whiskey em cima? É isso que eles querem? Bem, eu também queria muita coisa. . . queria que os discos fossem mais baratos, para poder comprar mais, queria que as ditas raridades fossem mais fáceis de encontrar, pois assim não teria que andar á procura de discos do Frank Zappa e de Captain Beefheart na net. Queria poder dar a ganhar a quem realmente se esforça por fazer algo novo e não alimentar a barriga gorda desses cães que ganham dinheiro à pala da exploração da mão de obra barata, que são nada mais nada menos que a generalidade dos músicos que fazem alguma coisa de jeito.
Um conselho aos que agoram começam no mundo da música. . .eu sei que pode ser difícil, e é. . . mas pensem sempre vinte vezes antes de se comprometerm com uma ediora qualquer. Muitas vezes é preferível fazer edições de autor, só pelo simples facto de não haver ninguém a chular-vos.
Quanto à PJ que foi fazer "costinhas quentes" aos SPA's. . .não teriam vocês nada de mais importante para fazer? Quantos quilos de droga é que ficaram por apreender nessa noite? É que, pelo que eu me lembro, tavam todos preocupados com os cd's piratas que não fazem mal a ninguém, mas tavam-se todos a cagar para as dezenas de charros que foram fumados avidamente à vossa frente. . . Enfim, palhaçadas. . .
Aproveito, em jeito de despedida, para citar um grande vulto da filosofia e sociologia dos nossos tempos, Ricardo Couto, que acerca do nosso Portugal considera que "este país não é uma Républica das Bananas, mas sim uma Républica Parlamentar dos Ananazes, o que é um bocadinho mais complicado".
Xau-Xau com gambas e até à próxima!

quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Vem devagar, Imigrante!

Com o mês de Agosto, não só chegam as férias na Póvoa e as noites de borracheira no Hit e Buddha. . .chegam também as romarias um bocado por todo o lado e os seus princeipais frequentadores, os nossos grandes e inefáveis imigrantes espalhados pelo mundo.
Ao chegarem ao nosso país, provocam instantaneamente o alvoroço por onde passam. Quem nunca viu autênticos séquitos de gente a passear pela rua com os seus calções de fato-de-treino e camisola do benfica? Quem nunca ouviu, no meio da rua, algo do género : "Rémy, vien ici, meu desgraçado. Tu vas lever na cara! Je te fodo!" ou pura e simplesmente "Estão a ser bonnes, estas vacanças!". Bem, poderia continuar para sempre com estas preciosidades, mas o que me interessa mesmo é analisar o comportamento desta sub-espécie de Homo Sapiens Sapiens que se encontra em permanente mutação, directamente relacionada com o meio que habita e os longos caminhos que percorre de "voiture" para lá chegar.
A primeira coisa em que reparamos é o facto de se deslocarem em grandes grupos de pessoas. Geralmente andam bem animados, falam e berram alto, sendo que alguns berram alto com as suas crianças num dialecto quase impossível de descodificar, meio francês, meio português, tudo isto com vernáculo de ambas as línguas e sotaque típico de Mondim de Basto.
De realçar também o facto de que o habitat natural desta sub-espécie é deveras variado, sendo que se habituam bem a quase qualquer local. Contudo, tem-se vindo ultimamente a notar que a sua presença é mais comum em romarias, shoppings, torneios de Chincalhão, tascas e barracas de farturas e pão com chouriço.
Apresentam também um aspecto bastante característico. É vulgar distinguir um espécimen do sexo masculino devido ao uso continuado de fatos de treino, sapatilhas brancas com pé de gesso, calças a regar o milho, boné meio enfiado, meio a fugir e camisola do Benfica. Também é costume avistá-los de chinelos de praia e meias.
Quanto aos individuos do sexo feminino, destacam-se pelo calçado bastante elevado por tacões desproporcionais ao tamanho do corpo, roupa justa a ver-se a banha, cabelo pintado de loiro a ver-se a raíz preta e, obviamente, pelo nível abusivo de decibéis com que se sentem os seus berros em direcção aos filhos ou ao marido que está bêbado.
De realçar o facto de, durante o todo o verão e o mês de agosto em particular, serem vistos em número impressionante por estas bandas, sendo de supôr que seja esta a sua época de acasalamento. No fim de Agostó, as matrículas francesas e luxemburguesas desaparecem misteriosamente, da mesma maneira como antes apareceram.
Dia 16 deste mês, é assinalada a Homenagem Anual da Juventude Vimaranense ao Imigrante, com a celebração da grande e já tradicional Festa do Imigrante, no El Rock Bar, na Praça de Santiago. Nessa noite, serão dados a conhecer ao grande público grande parte dos ícones e íodolos desta sub-espécie de portugueses/cidadãos do mundo. Vagabundos, como o grande Nel Monteiro os cataloga no seu hit platinado "Bife à Portuguesa". Para terminar, fica aqui um excerto desse épico poema.
"A vida de um Imigrante
é pior que a de viajante
é vida de vagabundo!"
Nel Monteiro - Bife á portuguesa
"Quando chego ao meu país
não quero pensar em tristeza
quero é vida de burguês
bacalhau
copos de três
e bifes á portuguesa!"
Idem - Ibidem

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Cheiroso Inglês! Ei-lo. . .



A mim não me enganas tu, médico duma figa!

Bestas e Bestiais: como passar de cavalo para burro e vice-versa!




Desde há uns meses a esta parte, o nosso lindo cantinho à beira-mar plantado foi confrontado com o desaparecimento súbito de uma menina, filha de um casal de médicos forasteiros que, por sinal, também eram turistas. Desde então, a nossa muy querida e estimada força policial de investigação criminal, a pós-Pide, perdão, Judite, tem sido achincalhada pela constante falta de respeito dos mass-media Britânicos, esses sim, uns grandes zombeteiros. Contudo, a família, apesar de ter deixado três crianças sozinhas horas a fio para irem comer uma merda duns caracóis, foi completamente mimada e ilibada por toda a gente, sem que se sequer os questionassem se tinham ou não mudado as fraldas às crianças. Entretanto, os (maus) progenitores da criança têm sido constantemente tratados a pão-de-ló em tudo o que é sitio por onde passam. Após terem passado semanas a viajar à pala do Rooney e de outros otários que lhes deram umas massas para apaziguar o sofrimento, estes dois médicos negligentes são agora alvo de novas buscas e inquirições por parte da Judite. Incrível, a facilidade com que se passa de Bestial a Besta neste mundo. . . e eu que pensava que toda essa metamorfose seria exclusiva aos treinadores da bola. . .
Por outro lado, o agente imobiliário que morava na zona e prontamente se predispôs a ajudar, passou por todo um processo inverso ao da família McCann. Murat de seu nome, viu a sua vida completamente vilipendiada, o seu bom (?) nome tocado e ficou com toda uma fama de pedófilo mau que comia criancinhas ao pequeno almoço. Em suma, os mesmos jornalistas que transformaram os McCann em ícones do sofrimento, pintaram o pobre Muratzinho de besta de todo o tamanho, talvez pior até que o próprio Lúcifer, eterno guardião dos portões do Inferno. Tudo isto sem que se constituisse matéria de prova para incriminar o pobre homem, cujo sonho de vida era vender umas casitas a uns conterrâneos velhos e endinheirados.
Costuma-se dizer que o cão é o melhor amigo do homem, e realmente o melhor amigo de Murat foi um cão, que diga-se de passagem, foi um verdadeiro canino para os McCann. É que devido á intervenção de um "cheiroso", também ele "bife", foi agora ventilado que no apartamento de férias desta família existiriam vestígios de um cadáver, o que muda completamente o rumo a esta história que mais parece uma telenovela venezuelana censurada pelo Hugo Chavez.
Murat corre agora o risco de se tornar no coitadinho, que não é bom nem mau nesta fita Inglesa de algarviadas e prepara-se para pedir ao estado que lhe pague as casas que não vendeu, melhor dizendo, as vacas ao dono.
Por seu lado, o Doutor Inglês corre o risco de se tornar na mais pura representação de Lúcifer na terra, isto se se provar que o home tem alguma relação mefistofélica com o sangue putrefacto encontrado no apartamento.
No meio disto tudo, quem se quilhou foi a menina, que não teve uns pais decentes. . . Esteja onde estiver a Maddie, a esta hora estará certamente, seja o desfecho disto qual fôr, a pensar que teve uns pais de merda.
E que terá o meu homónimo Benedictus XVI, que tão caridosamente recebeu os (ricos) pais da menina a dizer disto tudo. Será que no meio desta merda toda, até o Papa eles conseguiram enganar? Bem se enganaram o velhote ou não, isso não é comigo. O canito é que pelos vistos não se deixou levar na cantiga.

É só um clique!!!

Bom dia! Como estão? Lá em casa, tudo pica?
Pois é. . .Caso não tenham ainda reparado, aquando da criação deste espaço cibernético de zombaria, aqui o menino teve a fantástica ideia de se vender. É verdade. Até eu me desiludi comigo mesmo! Fiquei mesmo triste comigo próprio por ter tomado tão ignóbil iniciativa de ceder o rodapé do meu blog para publicidade. Nunca pensei que fosse capaz de tal coisa. Realmente é um choque para mim. . .
Mas, o que está feito, feito está e, citando o grande e magnânimo filósofo e pensador contemporâneo Manel Aspinall, tudo o resto são batatas. Já que o anúncio cá está, toca a lidar com ele da melhor maneira, que consiste em nele clicar. É que a verdade é uma, e é bonita: de cada vez que um otário clicar no dito banner, aqui o menino recebe uns cêntimos provenientes dos cães-grandes da internet, esses autênticos tubarões que controlam o submundo virtual e que ganham rios de guito à pala de paspalhos como nós. É a triste sina da vida. Enquanto uns querem esta merda chamada internet para ver e-mails com pornografia e videos de gajas á porrada no youtube, outros aproveitam-se disso para engordarem as suas contas bancárias na Suíça e nas Ilhas Caimão. Como sou um gajo ambicioso, decidi deixar a primeira facção e juntar-me á segunda. "Se não os podes vencer, junta-te a eles", disse-me um dia o meu tio Zéquinha, sábio profeta da sabedoria popular e brilhante estratega militar da Divisão dos Tigres de Sanza-Pombo, Angola, entre 1969 e 1971. Ainda hoje me questiono se a Guerra Colonial não terá sido perdida devido ao facto do meu tio ter feito tropa, ele que tentou desertar. No fim de contas, ao ver que não podia rivalizar com o P.E. de dois metros que o foi buscar a casa, decidiu juntar-se a eles e Portugal perdeu a Guerra com honra e glória.
Mas não me façam mudar de conversa, foda-se! Eu tenho objectivos de vida, caramba. . .é legítimo que queira ganhar algum chumbo com esta porcaria. Sempre sonhei ter um carro daqueles género banheira americana, daqueles que bebe mais do que eu, aí uns trinta litros a cada cem quilómetros. Mas não sou esquesito, aí um Cadillac côr-de-rosa com estofos em pêlo branco à Dalmata e volante em ouro chegava-me. Claro que teria que ter mais uns cobres para a suspensão hidráulica e para o fatinho amarelo à Azeiteiro, já para não falar nos 17 quilos de ouro que sempre sonhei trazer ao pescoço. Como preciso de pasta a sério para poder ter essa merda toda, lá meti a porra da publicidade, a ver se algumas almas caridosas se dignavam a ajudar este pobre coitado que passa necessidades básicas e no fundo só quer o pastel para as satisfazer. Haa!! É verdade, convém não esquecer que já cheguei a acordo com aquele gordo que dantes mandava nesse circo que é o Benfica para lhe comprar o "Lucky Me". Como é que ele se chama. . .é Cardinalli, não é? O raio do barco é lindo e não resisti, pá. Ainda por cima já lhe passei as letras e tudo.
Vejam lá se dão uma ajudinha. Prometo que depois vos pago um prato de caracoís.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Porque zombas tu, meu irmão?

Antes de mais, permitam-me os milhares de leitores destes meus devaneios cibernéticos que me justifique acerca do porquê da existência deste blog, assim como da nomenclatura escolhida para o mesmo.
Sendo eu um jovem relativamente extrovertido, desde cedo desenvolvi um gosto especial pela observação do meio que me rodeava, das pessoas que se cruzavam comigo, das situações com as quais me deparava no dia-a-dia. Muitas vezes dei por mim a compilar folhas e folhas de "falhanços" e "pénalties" linguísticos dos meus camaradas de armas, todos eles uns belos zombeteiros por sinal. Desde muito cedo previligiei o convívio com pessoas que julgava minhas semelhantes. Sempre, em todas as ocasiões, em cada conversa de café ou de balcão de tasca, há uma quase irreversível tendência para o gozo, para o escárnio não maldoso mas simplesmente brincalhão. Afinal de contas, para mim, uma das funcionalidades primordiais do intelecto humano (para além de inventar maneiras de exterminar o seu semelhante) é a capacidade de criar todo um imaginário humorístico á volta de uma ideia ou efeméride. É inegável que todo o indivíduo gosta de soltar uns sorrisos, até mesmo umas gargalhadas. . . até mesmo os mais sarcásticos senhores do crime e da guerra o fazem. Até mesmo Hitler e Stalin (dois dos maiores diabretes que o Senhor ao mundo deitou) o faziam com frequência. Agora que penso bem, o próprio Satanás não deve fazer outra coisa senão rir, a julgar pela avalanche de estupidez que consome a crosta terrestre a cada dia que passa.
Como tenho algum tempo livre e material e objecto de estudo não faltam, cá me atiro eu para a zombaria, sem o objectivo de magoar ou ofender ninguém. . . Quem assim se sentir, magoado ou ofendido, que me perdoem os visados pois não é essa a intenção, mas querem saber a verdade? Eu já me vim, logo, estou-me a cagar!