segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Férias Checas. . .

No que diz respeito a férias, este ano decidi abrir os meus horizontes e visitar um dos países do recente alargamento da Europa Comunitária. Não, não estou a falar da Roménia, verdadeira terra de Borat, Oxana, Azamat Bagatov e Nikolov Tuliakbay. Também não escolhi a Bulgária, se bem que um amigo que lá esteve este ano gabou ostensivamente as praias e estâncias balneares desse belo país. Contudo, para estes dois países, acho que ainda é cedo. Penso ainda visitar outros destinos antes dessas duas muy nobres pátrias. Primeiro tem que chegar lá o papel higiénico. . .
Este ano o meu alvo foi a República Checa e a sua belíssima capital, a cidade de Praga. Aceitei o simpático convite do meu amigo Marco, Vimaranense de gema e residente nessa bela cidade, capital da Boémia. Espera lá. . .que confusão que para aqui vai. . .não, não é Coimbra. . .é Praga. . . pois. . . Boémia. . .ahhh. . . estou-vos a falar da Boémia, região da Europa Central, vizinha da Baviera e da Aústria. . .não é da Boémia dos copos de cerveja, mas sim dos copos de cristal Swarovski. . . se bem que vos adianto desde já que dessa boémia que nós cá sabemos, ali também há a pacotes. . . e ainda por cima sai baratinho. . .e escorrega bem!
Após uma fatigante viagem que começara em Guimarães por volta das 7 da manhã, com atrasos de aviões e escalas em Frankfurt à mistura, lá cheguei a Praga por volta das 7 da tarde, ao Aeroporto de Ruzyné, antigo bastião da aviação civil dos países do Pacto de Varsóvia. Foi interessante verificar, à chegada, que só meia dúzia de anos antes foram retirados a foice e o martelo da fachada do aeroporto. Em 1999 ainda se lia o nome Praha por debaixo desse ícone, símbolo de uma cortina de ferro que separava o leste europeu do oeste capitalista.
De resto, adianto-vos já que toda a cidade está ainda carregada de símbolos e ícones do período comunista, que o povo checo recorda sem qualquer sentimento de nostalgia ou saudade. Logo à chegada à cidade, sou confrontado com estações de metro á antiga (outras há com um visual mais moderno, metalizado), “trams” (eléctricos) vermelhos que percorrem a cidade de lés a lés as 24 horas do dia. . .ao chegar a Praga, toda a azáfama típica do final do dia, quando toda a gente começa a recolher para o seu bairro. Pois é precisamente à chegada que começam as surpresas. . . chego á paragem do “Tram” e pergunto ao anfitrião onde comprar o bilhete, ao que me reponde que não há tal necessidade. . . e se aparece o fiscal? Mas qual fiscal? Ao que me apercebi, posso comprar um bilhete semanal único para metro, tram, autocarro e barco, pela módica quantia de 280 coroas, menos de 9 euros. . .
Ao que me foi possível constatar, poderia com toda a certeza utilizar todo este fabuloso e eficiente sistema de transportes completamente de borla. As estações de metro não têm torniquetes, os autocarros e trams não têm revisores, os barcos idem aspas.
A meu ver, são estas pequenas coisas que realmente distinguem os seres humanos civilizados e evoluídos dos embrutecidos Neandertal “look like”. . .o facto de não ser necessária a figura da autoridade a fiscalizar se realmente o pessoal paga o bilhete ou não. Os utentes pura e simplesmente respeitam as regras, quer haja bófia ou não. Gostaria de ver como é que este sistema funcionaria aqui em pleno Tugamenistão. . . ia ser bonito, ia. . .